sábado, 7 de abril de 2012

Google muda de tática e investe alto em publicidade




Após anos anunciando a superioridade da propaganda on-line, a Google Inc. adotou uma abordagem decididamente diferente para se promover em áreas dominadas por concorrentes.


A empresa de internet está gastando alto em propagandas na TV, em revistas e em jornais para promover seus novos serviços, como a rede social Google+ e o navegador Chrome. O gasto da Google com propaganda, em porcentagem da receita, agora é quase igual ao de empresas de tecnologia concorrentes, como a Apple Inc., a Microsoft Corp. e a Yahoo Inc., segundo os novos dados.


No ano passado, a Google gastou cerca de US$ 213 milhões para anunciar seus próprios produtos nos Estados Unidos, quase 4 vezes mais que os US$ 56 milhões gastos em 2010, segundo estimativas da Kantar Media, filial da WPP PLC. A firma não tinha dados sobre esses gastos fora dos EUA.


"Isso é um sinal da boa e velha concorrência", disse David Cohen, diretor de mídia da Universal McCann, a filial de mídia da InterPublic Group of Cos. "Embora a Google domine as buscas [na internet], eles precisam trabalhar para conquistar mercado em outras áreas."


Rob Shilkin, porta-voz da Google, não quis comentar especificamente sobre a estratégia de propaganda da empresa. "Nosso foco é descobrir e contar histórias sobre nossos produtos, nossos usuários e a mágica que ambos criam. A discussão sobre como alcançar pessoas em várias mídias diferentes é uma conversa muito mais posterior."


A propaganda on-line ainda representa a maioria dos gastos da Google, calcula a Kantar. Mas, nos gastos fora da rede, a Google gastou US$ 70 milhões em propaganda na TV, ante apenas US$ 6 milhões um ano antes.


Para promover o Google+, a empresa gastou cerca de US$ 12 milhões, inclusive numa propaganda de TV com os Muppets, mostrados usando o programa de videoconferência da rede social e cantando o clássico "Under Pressure", da banda Queen e do cantor David Bowie.


O comercial passou durante a entrega do Oscar, em fevereiro.


Os gastos da Google com propaganda ano passado representaram 1,2% da sua receita de US$ 17,6 bilhões nos EUA, ante 1,5% para a Microsoft e a Apple, segundo os dados da Kantar.


Ex-empregados da Google dizem que a empresa antes descartava a ideia de fazer propaganda de seus próprios produtos, preferindo que eles ganhassem popularidade sozinhos. Mas, desde então, a Google se aventurou além das buscas na internet. E é por isso que ela precisou divulgar seus novos produtos para os consumidores, ao mesmo tempo em que preparava o caminho para as mudanças em sua política de privacidade e no serviço Street View, que proporciona vistas panorâmicas de ruas de várias cidades do mundo, e que causou polêmica em alguns países, como a Alemanha.


Para a Google, fazer propaganda na TV pode parecer algo ilógico. A empresa construiu seu negócio de US$ 40 bilhões desenvolvendo um sistema de leilão que permite ao mercado determinar o preço de um anúncio – um sistema que só cobra o anunciante quando alguém clica no anúncio.


A Google trabalhou duro para convencer os anunciantes a transferir seus orçamentos publicitários da TV e do meio impresso para a internet.


Aperfeiçoar sua habilidade de anunciar em mídia de massa será útil à medida que a Google tenta se tornar mais uma marca de eletrônicos de consumo, como a Apple. A Google planeja comercializar seu próprio aparelho capaz de baixar músicas e vídeos da internet, e está no processo de adquirir a fabricante de celulares Motorola Mobility Holdings Inc., que fabrica smartphones e tablets.


A Google veiculou seu primeiro comercial na TV no Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, de 2010. Considerado o horário mais nobre da propaganda americana, o intervalo da partida exibiu um americano fazendo buscas no site da empresa para descobrir como paquerar uma garota francesa.


Fonte: The Wall Street Journal Americas 





Para mais informações acesse: WTI Divulgações


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